Abriu a porta, escancarou a janela da sala de uma qualquer casa cuja pertença já nem se lembrava. Olhou ao redor e não soube explicar a si próprio qual o sentido das emoções, das paixões de alma que lhe recordavam as saudades.
Viu então que à sua frente se estendiam muitos horizontes, sentiu os caminhos que os seus pés descalços haviam pisado, espelhou nos olhos todas as maravilhas do mundo que já havia visitado, afagou nos gestos todos os amores que se tinham apartado.
Deu uns breves passos, atravessou a casa e daquela janela sobre o promontório chamou a si aquele céu infinito. Deitou a sua alma nas nuvens e descansou. Perdeu-se nas horas todos os sentidos, à deriva do olhar. Sim, simplesmente dos breves instantes do olhar, no silêncio das palavras, parou.
Estás ai? Inquiriu num monólogo. Apenas o seu coração respondeu: sim estou dentro de ti, apazigua a tua ansiedade, o teu coração ainda ama. Voltou costas ao mundo, reteve na lembrança todo o céu, todos os olhares, todos os gestos e fez Amor até acordar…
18/12/06
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