Está tudo no passe de mágica de um olhar sem subterfugios, sem lugares comuns, sem impulsos reprimidos, sem passos estudados, o carinho num impulso, o equilibrio do emocional com o racional.Era o sorriso, acho que era isso, o sorriso abriu-lhe a porta. Era um sorriso com muita luz, lá dentro apetecia entrar, tirar a roupa, ficar nua dentro daquele sorriso, correr, navegar, perder-se naquele sorriso. O meu pensamento em segredo imaginou que me desejavas com lentidão, que me tocavas a pele em gestos de amiba, que me tinhas assim escondida do mundo.Sempre houve e haverá este algo de valor num acto ou palavra que nos une e não se fica só.Os teus gestos são segredos que eu invento ao tentar descobrir-te. Invado o teu corpo e o meu carinho é a descoberta do teu ser porque o silêncio também tem palavras.À noite é o retorno a casa. A obscuridade silenciosa sempre me assustou. Depois. Deitei-me e escondi-me nos lençois com cheiro a desejo, sózinha mais uma vez pensei, falei comigo propria e descobri que não tinha como encontrar-te tão cedo e hoje já é outro dia...Agora já não quero fechar a porta, fecha-a tu e vem. Vem. Vamos demorar o nosso amor até de manhã, sem pressa. Vem. Beijaste-me. Conheceste as tuas mãos com os meus seios, indagaste do secreto do meu ser, da fonte do meu sangue e eu senti que o amor também tinha um corpo a acompanhar. Mas tu que tens macias as mãos vazias, sim, tu que trazes um indesmentivel odor a mar e a praia trouxeste-me de regresso a casa, a uma casa sem muros nem janelas, ao mar escondido na minha lembrança.Chegar a casa. Descansar o teu cansaço nos meus abraços, envolver-te nas caricias que tenho há muito guardadas em silêncio para te dar...
domingo, 28 de janeiro de 2007
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