É um entra, permanece horas a fio e sai do Café Avenida, uma rua com pouco mais de 200 metros. Há uma salamandra ao canto da pequena sala que antecede o balcão.
A cafeteira que descansa em cima da salamandra aquece as conversas da gente que tem muito para contar.
Bebem-se cafés, chás, medronhos, whiskys, e também há um galo no tacho que de tão velho custa a ficar tenro para ser trincado pelas dentaduras onde já faltam tantos dentes.
Os vizinhos abalaram de regresso ao norte e as crianças alegram as expressões envelhecidas e cansadas.
Aqui as saudades do passado misturam-se no dia-a-dia porque essa é a vida que todos aprenderam. E há mais sorrisos nos rostos de quem tão pouco tem de seu.
Aqui passam-se os dias de uma vida inteira de partidas e regressos.
Uma folha que anuncia uma excursão a partes longinquas, num português toscamente redigido e que foi tantas vezes corrigido, mas nem por isso deixou de acontecer a viagem.
Em menos de nada se chega a qualquer parte, não é como na cidade. E enquanto se chega e não chega os campos que se atravessam nos caminhos verdejam as beiras das estradas.
22/02/2007
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